É assim que acaba, Colleen Hoover.



A T E N Ç Ã O:

ISSO NÃO É UMA RESENHA. SE VOCÊ AINDA NÃO LEU ESSE LIVRO, PARE POR AQUI, SÃO APENAS LINHAS DE PENSAMENTO BASEADAS NO LIVRO.

Desde que terminei "É assim que acaba" eu tento juntar todas as sensações embaralhadas que senti ao ler esse livro, toda as emoções que ficaram a flor da pele, porque eu sentia a necessidade de colocar pra fora. Esse livro é forte, a historia é maravilhosa, mas o que se tira dela, o que engrandece é a essência por trás de todos os acontecimentos. O real. O livro fala de violência domestica, e o mundo deveria conhecer esse livro.
Quando uma mulher sofre com esse tipo de abuso, em primeiro momento ela guarda pra si, porque as pessoas gostam de apontar sem viver a situação, são exatamente assim, porque eu mesma já pensei "Como ela diz amar o cara depois do que ele fez com ela? como pode ela querer voltar pra ele?" Quando estamos vendo a situação de fora é muito fácil pensar "eu não estaria nessa situação". Mas amar e desamar não é tão simples, quando você começa um relacionamento você não espera ser mais um número pra estatística, até se ver na seguinte situação; A de temer a própria vida nas mãos da pessoa que ama. O amor é tão irracional que quando amamos uma pessoa, não paramos de amar porque ela nos magoou. "Não são suas ações que magoam mais, é o amor" (...) "Se não houvesse amor ligado a ação, a dor seria um pouco mais fácil de suportar".
E ai, que as coisas ficam ruins, quando você ama a ponto de perder o limite da situação. Porque todo mundo tem um limite, uma barreira que segura tudo o que se pode aguentar até o ponto de arrebentar, e essa parte do livro, onde a mãe da protagonista fala de limites me deixou destruída, porque é exatamente assim que as pessoas levam anos e anos em um relacionamento abusivo:
"Quando me casei com seu pai, eu sabia exatamente qual era o meu limite. Mas aos poucos, a cada incidente...meu limite foi aumentando mais um pouco. E mais um pouco. Na primeira vez que seu pai me bateu, ele se arrependeu na mesma hora. Jurou que nunca mais aconteceria. Na segunda vez, ele ficou ainda mais arrependido. Na terceira, foi mais que um golpe. Foi uma surra. E eu sempre voltava pra ele. Mas, na quarta, foi só um tapa. E, quando isso aconteceu, fiquei aliviada. Lembro que pensei "pelo menos ele não me bateu dessa vez, não foi tão ruim." Todo incidente abala um pouco seu limite. Toda vez que você decide ficar, torna mais difícil abandoná-lo da próxima vez. Com o passar do tempo, você perde completamente o seu limite de vista porque começa a pensar "Eu já aguentei cinco anos, então por que não mais cinco?".
E não adianta querer colocar na balança "mais esse momento ruim pode ser esquecido em meio de tantos momentos bons" N-Ã-O. Não viva com a dúvida de "e se ele perder a cabeça novamente?" Porque você merece mais. MUITO MAIS, por mais que você o ame. E por mais que "deixar" seja uma escolha difícil, destruir o padrão antes que o padrão os destrua, é uma escolha saudável. "Sair de um ciclo requer uma quantidade astronômica de sofrimento e coragem." Mas as vezes é necessário dar um pulo sem saber qual será a aterrissagem, do que ficar em uma nave que está fora do controle. E nunca esqueça por mais difícil que as coisas estejam, CONTINUE A NADAR.